15 de abril de 2009

ULTIMA PARADA 174

ÚLTIMA PARADA 174 estrutura-se a partir de contradições interessantes: ao mesmo tempo em que busca humanizar a figura de Sandro do Nascimento, desconstruindo a imagem de “demônio” que ficou cristalizada a partir do seqüestro, ele mostra, também, o processo de desumanização e brutalização de um indivíduo pela miséria social. O mesmo conflito se estabelece no interior da estrutura dramática do filme, que nega o melodrama e flerta com ele o tempo todo. O diretor realizou uma humanização no personagem Sandro no início do filme.Muita gente pensa que humanizar é santificar ou dar qualidades boas, porém, o que se tem é a construção de uma imagem humana sob os aspectos de todos os defeitos e qualidades que o ser humano tem. Sandro, antes de ser bandido, era uma pessoa normal com defeitos e qualidades. Quando tornou-se bandido, aos poucos, foi dando espaço aos defeitos, até tornar-se desumanizado, ou seja, sem socialidade, ou metaforicamente falando, um monstro social.